Existe uma máxima na medicina, usada para os cirurgiões, e neste caso não só os cirurgiões plásticos, mas todos os cirurgiões, que "só tem complicação quem opera". Apesar de lógico, estatisticamente falando, quanto mais um cirurgião opera em volume, maior a chance deste se deparar com algum tipo de complicação, independente da causa.
O caso recente que ganhou a mídia, de uma modelo de Goiânia que veio a falecer trouxe mais uma vez as complicações de uma cirurgia plástica estética a tona. O grande questionamento desta vez foi que esta paciente não realizou exames de pré-operatório. Este dado foi referido por um parente da paciente em um programa de TV.
Para esclarecermos isto de uma vez podemos recorrer a literatura médica de referência, no caso o livro Sabiston - Tratado de Clínica Cirúrgica, onde fica exposto que por inúmeros estudos a não necessidade de realização de nenhum exame de pré-operatório em pacientes jovens (<35 anos) sem nenhuma história de doença conhecida. Ou seja, em uma paciente hígida jovem não há necessidade de exames antes de uma cirurgia qualquer (não só da cirurgia plástica, mas de todas as especialidades).
Porém isto não quer dizer que não devemos realizar tais exame. Como a industria do litígio médico hoje já esta arraigada em nosso meio, é prudente ao médico documentar com exames, imagens e consentimentos assinados pela paciente para se resguardar de problemas futuros no caso de alguma complicação. Devemos lembrar que o resultado de uma cirurgia não depende somente do médico e do procedimento, mas depende de uma série de fatores extremamente complexos que devem ser avaliados e acompanhados no decorrer da recuperação da paciente em questão.Uma rotina básica de exames não onera muito e serve como um meio de interação melhor entre médico e paciente.
Qualquer dúvida ou comentário estou a disposição. E lembre-se escolha sempre um cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para realizar sua cirurgia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário